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O que devemos dizer e o que não devemos dizer a uma vítima de violência doméstica?

Admin

Quando estamos perante uma pessoa que está a passar por uma experiência de vitimação, estamos perante uma pessoa que está muito fragilizada e vulnerável. Assim é muito importante termos o máximo cuidado com o que dizemos para não corrermos o risco de fragilizar (ainda mais) a vítima.

Neste sentido, é importante termos alguns aspetos em conta. Aqui estão algumas das coisas que devemos dizer:

- Estou aqui para o que precisares: assegure à vítima que está ali para a apoiar nas necessidades que ela tiver e não naquilo que considera que possam ser as necessidades desta.

- Evite frases começadas por “não podes” ou “tens de”: termos um discurso muito diretivo no qual dizemos aquilo que a vítima deve ou não fazer, poderá fazê-la sentir-se pressionada, diminuída e incompreendida. Em vez disso, procure informar acerca das respostas de apoio que conhece “ouvi dizer que existem técnicos/as de apoio que são uma preciosa ajuda em situações como a que estás a passar. Já ouviste falar? O que achas dessa possibilidade? Parece-te bem?”

- Reforce que a vítima não tem culpa pelo que está a passar: procure explicar que sejam quais for os erros que ela possa achar que comete, que nenhum comportamento justifica a violência.

- Se conhecer a vítima, reforce os seus pontos fortes: por estarem a passar por uma experiência continuada de maus tratos, as vítimas frequentemente esquecem-se das suas potencialidades, dos seus pontos fortes. Frases como “és muito corajosa/o”, “és uma mulher/homem incrível”, “és resiliente”, podem ajudar a encorajar e empoderar a pessoa.

- Não critique a atitude/posição da vítima face à violência de que é alvo: não diga em circunstância alguma frases como “estás assim porque queres”, “tu é que permites que isto te aconteça, não saindo de casa”. Nenhuma pessoa está numa situação de violência porque quer.

Em suma, o segredo é a empatia: colocar-se no lugar da vítima. Antes de falar, pergunte sempre a si próprio/a: o que eu gostaria de ouvir se estivesse a ser vítima de violência doméstica? A comunicação é muito mais eficaz e impactante quando há conexão com a experiência do outro.

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